Arte Urbana em Campo Grande

Aecg.rio, Ideias Espaço Criativo e Superpesa fazem homenagem ao bairro de Campo Grande, que em novembro completa 421 anos. No último dia (13/09), a Associação Empresarial de Campo Grande inaugurou em parceria com a Superpesa e o Ideias Espaço Criativo, a pintura mural realizada pelo artista Alan Castilho na rua Aurélio de Figueiredo esquina com Cesário de Melo, na esquina do Pecado. Alan Castilho, que já havia realizado pinturas em outros locais de Campo Grande, foi convidado para realizar essa Pintura Mural desenvolvida nos 40 metros de muro áspero. Durante o desenvolvimento, a obra despertou a curiosidade dos que por ali transitavam. Muitas pessoas abordavam o artista para indagar ou falar de suas memórias com os ícones históricos retratados no muro. A ideia teve o patrocínio do Grupo Superpesa que está na região há 60 anos, vendo de perto o crescimento do bairro. Na obra, foram ilustradas alguns ícones da história sociocultural da região, como: os bondes, a Igreja N.S. do Desterro, a Citrocultura (laranjais), a Avicultura (representado pelo galo), as Artes, ilustrando a musicalidade do bairro, as artes cênicas e o Campo Grande Atlético Clube. A pintura com suas cores e desenhos também é um espaço instagramável para que a população possa interagir com a obra de arte.
Avenida Cesário de Melo

A Avenida Cesário de Melo atravessa o centro de Campo Grande e homenageia o político pernambucano Júlio Cesário de Melo, que teve atuação nos bairros de Campo Grande e, principalmente, Santa Cruz, na primeira metade do século XX. Cesário de Melo foi intendente municipal (equivalente ao cargo de vereador hoje), deputado federal e senador. Um de seus feitos mais importantes foi quando ele conseguiu a construção do Hospital Pedro II, em Santa Cruz. O político morreu em 1952. A avenida passou a receber o seu nome através do decreto 3345, de 6 de setembro de 1930, e liga os bairros de Senador Augusto Vasconcelos e Santa Cruz. No passado, ela fez parte da Estrada Real de Santa Cruz, que ligava o Palácio da Quinta da Boa Vista e o Palácio de Santa Cruz, e foi utilizada pela Corte portuguesa e pela Família Imperial brasileira.
Biblioteca Pública de Campo Grande

A Biblioteca Pública Manuel Ignácio da Silva Alvarenga (poeta carioca nascido em 1749 e morto em 1814) tem suas origens na Associação de Cultura Popular, fundada em 1945 por moradores do bairro na Rua Coronel Agostinho. Segundo pesquisas da guia de turismo Deca Serejo, a biblioteca surge em 1952, na Avenida Cesário de Melo, 1117, que foi residência do político Manuel Caldeira de Alvarenga. A partir de 1970, ela passou a funcionar na sede da Administração Regional e, desde 2019, fica na Rua Amaral Costa, 140, em frente à Igreja de Nossa Senhora do Desterro, o que era uma reivindicação antiga da população. A biblioteca, em sua nova sede, foi ampliada e reformada pela prefeitura do Rio. Endereço: Rua Amaral Costa, 140.
Estátua Manuel Caldeira de Alvarenga

A estátua localizada na Praça dos Estudantes foi produzida pelo escultor Max Grossman e homenageia um dos políticos mais influentes de Campo Grande e da Zona Rural nas primeiras décadas do século XX. Como deputado federal, Manuel Caldeira de Alvarenga conseguiu muitas melhorias para Campo Grande, como o Hospital Rocha Faria, a Avenida do Canal (atual Artur Rios), a unidade do Corpo de Bombeiros, a passagem subterrânea da estação de trem e o Teatro Arthur Azevedo, entre outras coisas. Ele também foi presidente do Clube dos Aliados. Manuel Caldeira de Alvarenga faleceu no dia 16 de agosto de 1954.
Fonte Wallace

Na Praça D. João Esberard, onde fica a Igreja de Nossa Senhora do Desterro, há uma Fonte Wallace, modelo rural. As fontes Wallace foram produzidas na década de 1870 pelo francês Charles Lebourg na fundição francesa Val d´Osne. Elas foram financiadas pelo inglês sir Richard Wallace, que doou cem delas à cidade de Paris e, depois, distribuiu várias mundo afora, com a simbólica missão de levar paz aos povos do planeta. Há fontes Wallace na cidade do Rio de Janeiro em Santa Cruz, no Jardim Botânico, na Floresta da Tijuca e no Museu Histórico da Cidade, na Gávea, mas o modelo rural só existe em Campo Grande.
Calçadão de Campo Grande

O projeto do Calçadão de Campo Grande surgiu na década de 70, sendo inaugurado em 1976 na Rua Coronel Agostinho e tendo como grande incentivador o professor Moacyr Barros Bastos, que foi administrador regional de Campo Grande e vereador. Com projeto paisagístico de Roberto Burle Marx, o calçadão é a principal área comercial do bairro, com lojas como Casas Bahia, Lojas Americanas, Papelaria Tid´s e o Centro de Comércio de Campo Grande, no número 76, o prédio de 12 andares que marcou o início do crescimento vertical do bairro. O calçadão continua em um trecho da Rua Barcelos Domingos, logo após a passagem subterrânea.
Obelisco

Feito de concreto armado e revestido de granito, o monumento homenageia o engenheiro Alim Pedro (prefeito do Rio de Janeiro de 4 de setembro de 1954 a 17 de novembro de 1955) com um medalhão e uma efígie de bronze em alto-relevo. Fica localizada na Praça Alim Pedro, perto do viaduto de mesmo nome, também chamado pelos moradores de Campo Grande de “viaduto velho”.
Marco da Iluminação

Inaugurada em abril de 1919, em frente à Igreja de Nossa Senhora do Desterro, o Marco da Iluminação de Campo Grande simboliza o início da implantação da energia elétrica no bairro, hoje algo tão banal, mas que na época representava uma mudança radical nos hábitos das pessoas, acostumadas à iluminação à base de gás, embora em boa parte da região a iluminação ainda fosse à base do lampião a querosene mesmo. Feito de tijolos com argamassa, o monumento é de autoria desconhecida e possui a seguinte inscrição: “Ao prefeito Paulo de Frontin – o povo de Campo Grande agradecido. Iluminação Electrica. 9-IV-1919”. Dois anos antes da inauguração do Marco, os bondes de Campo Grande também já estavam eletrificados.
Bar do Amâncio

O Galo

Em algumas caçadas do centro de Campo Grande, há 28 galos desenhados nas pedras portuguesas, resultado de um concurso promovido na época das comemorações dos 400 anos de fundação da cidade do Rio de Janeiro, em 1965. O concurso, promovido pela Comissão Campo Grande de Melhoramentos (Cocame), tinha como objetivo escolher o símbolo do bairro. E o Galo Branco venceu, devido à grande força da avicultura no bairro. O desenho foi feito pelo artista Miguel Pastor, que produziu diversas obras de arte no bairro. São 28 galos espalhados pelas ruas Coronel Agostinho, Viúva Dantas, Augusto de Vasconcelos e Praça Raul Boaventura.